16 • agosto • 2017

The Street Store: Vale do Anhangabaú, em SP, vira loja a céu aberto para atender população em situação de rua


MODA – O Vale do Anhangabaú, no Centro de São Paulo, neste sábado, 19 de agosto – Dia Nacional da Luta da População em Situação de Rua -, entre 10h e 16h, será ocupado pelo movimento internacional The Street Store – A Loja de Rua, em tradução livre. A ideia que surgiu na África do Sul volta a Capital paulista, cuja estimativa da população nesta lamentável situação avança para o número de 25 mil pessoas. O evento que nesta edição tem a iniciativa dos estudantes Alexandre Del Rei Macedo e Bianca Mena já conta com a mobilização de 230 voluntários e soma em arrecadação – até o fechamento deste conteúdo – quatro mil peças de roupas e 200 kits de higiene pessoal. As arrecadações seguem até o dia 18. A expectativa do grupo é tornar a ação permanente e realizar outras iguais por aqui. Então, se você tem em seu guarda-roupas peças à espera de um novo dono, não perca a oportunidade de atender a esse chamado e contribuir.

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25 mil pessoas: Essa é estimativa da população em situação de rua em São Paulo – Foto: The Street Store

O projeto social foi idealizado por uma agência de propaganda e a primeira de suas ações ocorreu na Cidade do Cabo, em janeiro de 2014, com o objetivo de ajudar de forma diferenciada pessoas em situação de rua. A proposta, que se mantém até hoje, envolve a arrecadação de doação de roupas e sapatos, tudo em bom estado, e a exposição desses itens, como em uma loja, só que em um espaço público. O objetivo é atingir a população carentes, que têm a chance de escolher o que deseja e levar sem qualquer custo. Uma experiência que propõe o resgate da autoestima e a dignidade, fugindo dos métodos tradicionais de doação de roupas e calçados.

Em um dia, voluntários da cidade africana atenderam a cerca de 3.500 pessoas em situação de pobreza. O sucesso da ação fez com que seu conceito se estendesse à cidades de outros países, inclusive por aqui, no Brasil. De acordo com informações dos organizadores, calculá-se que em um período de três anos, entre 2014 e 2016, foram promovidas 580 ações The Street Store.

Loja pop-up, The Street Store pode ser criada em qualquer lugar do mundo. E conta com a iniciativa da sociedade que organizada deve seguir as exigências e compromissos estabelecidos pelos idealizadores. Para promover a edição que está a caminho, Macedo e o grupo de jovens universitários com quem tem trabalhado desde abril deste ano na articulação da ação, entrou em contato com o movimento que tem sede no país de origem.

Segundo Macedo, esta é a quinta vez que a loja de rua acontece em São Paulo, mas a primeira no Vale do Anhangabaú. Aliás, local escolhido não por acaso – as edições anteriores foram realizadas por outras iniciativas. “O Vale do Anhangabaú foi escolhido como área de intervenção porque é praça localizada no Centro de São Paulo, que serve de passagem para milhares de pessoas em situação de rua e dispõe de um lugar amplo para a ação”, explica. A data também é estratégica, já que agosto é um dos meses em que mais faz frio na Capital. A organização promete além das da distribuição das roupas e calçados, água potável e refeições, serviços de banho, corte de cabelo, além de banho e tosa para os cães companheiros.

O Moda Sem Crise conversou com uma das apoiadoras do movimento, Monique Brasil que é colaboradora responsável por arrecadação, divulgação e engajamento do público com o projeto. Segundo ela, a arrecadação tem sido feita pelos próprios apoiadores. “Cada empresa ou entidade que apoia disponibiliza um espaço e divulga, após a coleta, os parceiros enviam os itens para o galpão da organização. É feita uma triagem das roupas e sapatos doados, separando itens masculinos, femininos e infantis. Porém, nesta edição, o evento parece estar tomando uma proporção maior do que imaginávamos. No início esperávamos alcançar 160 voluntários e agora já contamos mais mais de 230. É maravilhoso ver a quantidade de pessoas que querem colaborar. Tanto que no momento estamos com o nosso depósito lotado”, disse.

Mas, mesmo com o espaço totalmente ocupado por doações, o movimento não está recusando doações não. E se levarmos em consideração a população que passa dias e noites pelas ruas da cidade, será preciso reforçar esse mesmo estoque. “Não estamos recusando, até porque, haverão outras edições do The Street Store por São Paulo”, afirma Monique que colocou à disposição seu ateliê. “Estamos recebendo até o dia 18 de agosto doações de roupas e calçados. Pedimos que as doações sejam feitas somente com antecedência porque estamos com voluntários suficientes para esta edição do evento. Mas empresas que queiram apoiar o projeto, oferecendo algum tipo de serviço para a população, por favor, entrem em contato”, disse ao mencionar um dos pontos de coleta – o ateliê da Rabbles Shoes que fica em São Caetano do Sul. Interessados podem entrar em contato por meio do Facebook ou Site da marca – ambos linkados para facilitar seu acesso. Além deste, o Cieri Rio Branco, IntegRI SP e Instituto Muda Vidas estão também envolvidos com as arrecadações e entregas. É importante que seja feito contato prévio para combinar entrega.

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Dignidade: Experiência promove o poder de escolha como no momento de compra – Foto: The Street Store

De volta aos números da população em situação de rua em São Paulo, segundo informou o jornalista Felipe Resk, do jornal O Estado de S.Paulo, em publicação do dia 18 de junho de 2017, dados oficiais indicavam na ocasião que 15.905 pessoas pernoitavam na rua ou em albergues da cidade – população superior à de 61% das cidades do Brasil, de acordo com o último censo da Fundação do Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), de 2015. Ainda segundo a reportagem, a população de rua da Capital cresce em ritmo acelerado. Em 2000, início da série histórica, eram 8.706 pessoas em situação de rua. Atualmente, com o agravamento da crise econômica, a gestão de João Dória (PSDB), mesmo sem um levantamento oficial recente, estima que a população de rua esteja entre 20 mil e 25 mil pessoas – um aumento de 57% em menos de dois anos, chegando quase ao triplo se comparado nos idos anos 2000.

Para saber mais a respeito do The Street Store São Paulo 2017 em um evento criado pela página do movimento no Facebook. A loja de rua estará à disposição de populações de outras cidades em países como África do Sul, Estados Unidos e Paraguai. Aqui no Brasil há outro evento programado, dia 16 de dezembro, entre 9h e 17h, na Praça Presidente Antônio Carlos (Praça do Canhão), em Juiz de Fora, Minas Gerais.

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