01 • agosto • 2018

Jovem cria marca de moda engajada e transparente para valorizar a mulher brasileira


O desejo de traduzir e comunicar por meio da moda a importância do vestir com consciência e a valorização da mulher brasileira fez com que Aline Zuffo Boaratti saísse do lugar comum. Formada em gestão de Moda, Marketing e Eventos, foi na criação, há menos de um ano de sua marca Manlaya, que a jovem paulistana moradora de São Bernardo do Campo (ABC Paulista) se encontrou.

Sua trajetória na moda começou antes mesmo da carreira profissional. Ainda no colégio, Aline fez cursos de design de moda e corte e costura. Mas foi com a entrada na faculdade de Negócios de Moda que pode perceber  o que realmente a encantava dentro de um universo tão vasto.

“Sempre enxerguei a moda como uma forma de comunicação. Comecei minha carreira dentro do marketing de marcas. Atuei em quatro marcas de moda: masculina, sapatos, feminino e atacado. Aprendi muito, mas na última, percebi que em todo meu trajeto eu só tinha trazido lucro para empresas que não se importavam com seus funcionários, com a indústria têxtil nacional e com o meio ambiente, afinal, produziam de maneira desenfreada.”

A experiência deu espaço para inquietações a respeito do setor. E a partir disso, Aline se questionou: “Por que não comunicar que a moda pode ser uma aliada do Planeta a quem fez e à indústria brasileira? Por que não mostrar que a moda pode ser muito mais do que uma peça do momento, um hit a ser descartado? Por que não trazer o que tanto desejo e acredito para as mulheres brasileiras?” Foi dessa forma que nasceu a Manlaya.

“Queria mostrar que a moda pode ser sim uma aliada ao meio ambiente e atuar com propósito. Com algo que fizesse sentido e que ajudasse pessoas e o mundo. Mesmo que de forma pequena [se comparado] ao tamanho do nosso universo. Com o apoio dos meus pais, juntei tudo o que pude e investi o que tinha e o que não tinha para abrir a Manlaya. Um processo muito gostoso com muitos erros e aprendizados.”

>>> Aline Zuffo Boaratti pode até ser tímida para a foto, mas é destemida quando o assunto é a sua marca Manlaya – Foto: Fabio Augusto Fotografia

Ao Moda Sem Crise, Aline explicou que o nome – Manlaya – foi inspirado em dois países onde esteve – Turquia e Espanha -, suas raízes e experiências que a transformou. Ao visitar a Turquia e viver na Espanha, Aline afirma ter aprendido enxergar a beleza das culturas que visitou e passou a valorizar inclusive as particularidades do Brasil.

Encontrei o nome de uma flor Manloya que em turco significa Magnólia. E Magnólia foi o nome da rua onde morei por seis meses na Espanha. Onde consegui me enxergar, me libertar e ser quem sou. Onde aprendi a leveza de viver a vida com amor, com carinho e acreditando que estamos aqui por algum propósito. Então, adaptei o nome para Manlaya, criando a assim minha flor para reflorescer a moda.

Apoio e parcerias fazem parte do processo

Mas, o fazer “reflorescer a moda” não é tarefa fácil. Aos 24 anos, Aline Zuffo Boaratti, como acontece com muitas empreendedoras brasileiras que arregaçam suas mangas, é quem administra todo o negócio. O apoio vem de familiares, amigos e também das clientes. Todo esse processo acontece desde outubro de 2017 e durante esses dez meses de atividade, Aline afirma que os desafios a ensinam a direcionar de forma mais acertiva seus esforços. Já as conquistas, a faz querer ir ainda mais longe. 

“Eu gerencio a marca sozinha, desde o processo de criação das peças, até a venda final com o cliente.” O que inclui a criação da coleção, pesquisa de matérias primas ecológicas nacionais, gerenciamento das redes sociais, e-commerce, sessão de fotos, envio, embalagem, venda presencial, eventos, financeiro e por aí vai.

Para levar tudo isso adiante, o principal incentivo vem de dentro de casa. Já que a jovem tem o apoio do pai Mário e da mãe Nanci em todo o processo. “Eles são meus grande apoiadores. Mas, também tenho grandes parcerias com fotógrafos, maquiadores e as modelos, que são mulheres reais.”

>>> Representatividade é algo que está presente no DNA da Manlaya – Foto: Fabio Augusto Fotografia

Além destes profissionais, para a produção de peças, Aline conta com outras parceiras. “Já atuei com três modelistas e três costureiras para as duas coleções. Elas trabalham de forma livre para criarem seus horários em seus ateliês e que recebem de forma justa por esse trabalho. Sem todas essas pessoas, a Manlaya ainda seria apenas um sonho no papel.”

A venda do que produz acontece na loja online e em eventos de economia colaborativa, até o momento realizados na Capital paulista e na Baixada Santista. “Por ser uma marca recente, ainda não temos como manter uma loja física. Mas, no futuro desejo criar a loja junto com outras marcas independentes e criar uma loja colaborativa que realmente atenda às necessidades do empreendedor.”

A mente como campo de batalha

Segundo Aline Zuffo Boaratti, lidar com os altos custos do mercado de economia colaborativa é um dos principais desafios que a marca tem enfrentado. Os valores investidos na participação de feiras e eventos, nem sempre rendem o retorno financeiro ou de divulgação pretendidos. Mas, o maior campo de batalha é sem dúvida a mente.

“Outro maior desafio foi lidar com a minha própria ansiedade, meus medos e desafios pessoais, pois em muitos momentos tive vontade de desistir, sentia que não conseguia e até hoje ainda passo por momentos como esse.”

Por outro lado, o feedback que recebe das clientes que acompanham a marca serve de incentivo e combustível para tocar os trabalhos. “ Uma das maiores conquistas para mim é quando recebo um elogio pra Manlaya e de ver as clientes consegui nesse trajeto. Fico feliz de estar espalhando de forma orgânica a essência da marca para as mulheres Brasileiras. Também levo como conquista os aprendizados durante esse processo, por conseguir estar lutando pelo meu sonho e aprendi que existem pessoas maravilhosas à nossa volta e que acreditam mais na gente do que nós mesmos.”

Empreendedora conhece de perto os desafios do segmento, mas a força e o propósito sempre falam mais alto – Foto: Fabio Augusto Fotografia

Engajamento da marca envolve práticas sustentáveis e transparência

Nada de moda simplesmente pela moda, a Manlaya é uma marca jovem e ecológica que não segue as tradicionais tendências e calendários. A principal referência é a mulher brasileira. E seu conceito tem tudo a ver com os caminhos da sustentabilidade, seja na escolha têxtil, seja na mão de obra. Outra de suas premissas é a transparência, todos os custos e profissionais envolvidos nos processos de produção são informados.

A empreendedora Aline Zuffo Boaratti explica que propõe quatro linhas para sua marca: Pet Reciclado que soma peças produzidas com fibra de garrafa plástica reciclada; Pura que é produzida com o tecido Pura de tingimento natural e ecológico em conformidade com a OEKo-TEX® que garante a não exposição a substâncias cancerígenas do fio de poliamida biodegradável Amni Soul Eco® que se decompõe  em até três anos sem agredir o meio ambiente quando descartado em aterro sanitário, na pior das hipóteses, e, na melhor das hipóteses, é uma fibra reciclável;

Moda Praia Ecológica produzida com tecidos de fio Amni Soul Ec®, o primeito fio de Nylon 6.6 biodegradável do mundo que quando descartado em aterro sanitário, mais uma vez, na pior das hipóteses, irá se decompor em até três anos, sem agredir o meio ambiente. Além de ter o selo Co2 Control® que trabalha com o baixo índice de poluentes durante a sua fabricação;

E por fim, a coleção Estampados de tecidos com estampas produzidas no Brasil por indústrias têxteis. “Pode ficar tranquilo que nenhum tecido é da China, valorizamos o Feito no Brasil e que valorizam as boas práticas sustentáveis. Por isso todo o processo de estamparia é feito com água de reuso e com menos uso de água na sua produção, além de que essa água passa por um processo de limpeza para que seja reutilizada em novos processos têxteis”, afirma.

Entre as práticas da Manlaya está a preocupação em trabalhar com mão de obra justa e local. Aline afirma também que as colaboradoras – sim, todas mulheres – trabalham em um ambiente confortável, fazem seu próprio horário de trabalho e recebem de forma justa. “Ou seja, recebem o dobro ou mais que a cadeia tradicional paga para as funções de modelagem e costura.”

E para tornar o processo de produção transparente, a empresa usa na descrição das peças informações como a matéria prima ecológica do produto, o nome das pessoas que cuidaram de cada processo e o nome das modelos. Os gastos com a produção, desde o material, modelagem, aviamentos, marketing e até mesmo as taxas cobradas pelas operadoras de cartão, estão também à disposição da consumidora. “Assim valorizamos a cadeira de forma justa e nossas clientes podem entender o valor e os custos de cada produto”, enfatiza.

Outro interesse da marca é valorizar a mulher brasileira e seus corpos reais. “Todas as modelos que participam do nosso universo, são mulheres reais e que não modelam profissionalmente. Nosso objetivo é mostrar para todas as mulheres que é lindo se amar do jeitinho que são e que cada mulher é única e linda com suas curvas, traços e sotaques”, completa.

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*Importante: Esta publicação recebeu incentivo da empresa, o que nos permite continuar produzindo conteúdo com a qualidade que você merece. Mas ressaltamos que nos publiposts só fechamos parcerias com marcas que dialoguem com o viés editorial do site, ou seja, são produtos que a gente realmente curte, OK!?




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