04 • abril • 2017

Trinta e sete anos sem crise


CAUSE MARIA – Nunca tive muita preocupação com a minha idade, nem o sonho adolescente de atingir a maioridade e nem o pensando de poder voltar a algum ponto da vida.

Quando tinha uns dez anos, não conseguia me enxergar com mais de 20. Primeiro, porque naquela época, as pessoas de 20 anos pareciam muito mais velhas do que parecem hoje e também porque tínhamos o ano 2000 como o marcado para o fim do mundo, no qual eu acreditava.

Já queria ser jornalista nessa época e tinha em mente o tipo de vida que queria ter, isso eu sabia, mas não conseguia fechar os olhos e pensar em como eu seria nessa idade. Mas também nunca quis antecipar as coisas. Ser maior de idade, eu seria assim que ela chegasse e isso não me fazia falta alguma.

Chegado o ano 2000, no qual o mundo não acabou, lá estava eu para completar os “vintinhos”, e para minha surpresa nada mudou, eu era a mesma pessoa. Claro, não me via tão velha como eu achava as pessoas dessa idade, quando eu ainda tinha dez – isto é estranho né, como vamos pensando diferente sobre as idades conforme vamos atingindo elas -, mas para mim estava tudo igual, a não ser pelas responsabilidades que começavam a aparecer.

Minha vida social teve início bem tarde para os tempos atuais. Comecei a sair a partir dos 22 anos, quando já estava trabalhando e fazendo faculdade. Tão tardia como o início da vida sexual, que começou aos 24 anos e confesso, não senti falta alguma de ter feito isso na adolescência.

Quando tinha uns 32 anos, minha amiga Priscila Tieppo, que também era jornalista, me chamou para participar de uma matéria sobre a crise dos 30. Topei. Nesse dia, conforme a entrevista rolou, percebi que não havia crise. Eu estava muito bem com relação a isso. Gostava do que eu havia me tornado e tinha plena consciência e segurança do que eu buscava no momento: realização profissional.

Tirando algumas pessoas que sempre questionavam o fato de ainda não estar casada e nem ter filhos e não estar ainda nem pensando nisso, para mim, o resto estava tudo certo.

Até ali, a idade avançar não era nenhum problema pra mim. O que me fez refletir por um tempo sobre ela foi a minha luta contra os meus miomas uterinos, que conto aqui em outro texto dessa coluna. Nessa época, houve uma grande possibilidade de perda do meu útero, da possibilidade de ser mãe um dia, e o terrorismo que os médicos faziam sobre eu já ter passado dos 34 me fazia refletir um pouco sobre essa corrida contra o tempo para a maternidade que temos que enfrentar.

Quanto à rugas e o metabolismo mais lento, não vou ser hipócrita de dizer que são coisas legais, mas não são grandes problemas a ponto de causarem crise. Apenas aumenta o nível de atenção e cuidado com a saúde, quesito no qual ainda sou meio indisciplinada, mas estou me tornando quase uma boa menina.

Sempre tracei metas de vida e vou trançando novas, assim que alcanço as velhas.

No dia 25 de março deste ano, completei 37 anos. E olhei um pouco para trás para dar aquela avaliada necessária na minha trajetória, que está em construção e me agrada. Sem lacunas, sem vontade de retorno para consertos. Estou contente.

Avaliando, continuo com o mesmo humor dos dez anos de idade, com a mesma força de vontade dos 20 e percebi de verdade que os números não me afetam. Que sou  a mesma pessoa com mais experiência, aquelas que me fizeram uma pessoa maior em consciência do que eu era antes. Notei também, que meu corpo ganha marcas, que minha vida também as ganha, que minha mente ganhou uma maturidade incrível que eu não topo retroceder . E que meu espírito, esse sim é um jovenzinho que segura toda essa onda.

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Aos 37 anos, colunista Elaine Paiva vive sem crise com sua idade e pronta para causar – Fotos: Aline Elen

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