MAMÃE SEM CRISE – Quando eu engravidei lembro da minha amiga dizendo “Di, se você tem vontade de ter um parto normal precisa procurar um profissional que siga essa linha. Um médico cesarista não vai te incentivar a isso”. E porque ela me disse isso? Hoje no Brasil o número de cesarianas é ainda maior do que o de partos naturais/normais. E como diria o Capitão Nascimento em Tropa de Elite, o motivo é o sistema.
Cesárea é um processo cirúrgico que só deve ser feito quando realmente a vida, a saúde ou o bem-estar da mãe ou do bebê correm algum risco. No entanto, no Brasil, ela também é vista como uma “opção prática”, devido ao conforto que proporciona para os médicos, que controlam seus horários e conciliam com suas agendas nos consultórios, além de ser mais rápido e financeiramente lucrativo. Só para se ter ideia, outro dia conversando com uma amiga que mora na Alemanha, ela me disse que lá é exatamente ao contrário. “90% dos partos que acontecem aqui são normais. Cesárea só em casos que são, de fato, necessários”, me disse.
Eu também vejo que uma cultura de “praticidade”, “segurança” e falta de empoderamento envolve algumas mulheres quando o assunto é parto normal. Por exemplo, quando engravidei me considerava muito mais a favor de uma cesárea do que do parto normal/natural, principalmente quando via alguns programas onde mostram as mulheres parindo, com cara de dor, algumas pedindo pela cesárea “pelo amor de Deus” ou horas a fio em trabalho de parto e em seguida recorrendo a cesárea. Além disso, a gente ouve muita história da amiga da prima da cunhada né? Isso realmente me assustou e eu confesso que, embora eu queira o parto normal, ainda estou no processo de entender tudo isso e por isso não me senti segura o suficiente para buscar um médico ou uma casa de parto totalmente voltada ao parto natural/ humanizado. Acho que na primeira gestação você ainda não tem tudo tão claro e definido. Deseja segurança dependendo das experiências que já passou e, às vezes, fica mesmo à mercê do que seu médico diz. Por isso é importante escolher um que te traga segurança diante do que você sente. Isso é o que eu sinto, tá?
Mas me aprofundando no assunto eu vejo que, a natureza é perfeita. Fomos feitas para parir. Temos esse poder. Para amamentar. Sem intervenções. Sem cortes. Sem anestesia. Nosso corpo dá conta disso e é nisso que devemos acreditar. Claro, existem exceções, mas são exceções! E nelas, acho que todo critério de segurança deve ser respeitado! Inclusive uma cesárea.
Quando eu vi o relato do parto da Mariana Ferrão, jornalista e apresentadora do programa Bem-Estar, achei o máximo a equipe que a acompanhou, que deu força, segurança e a ajudou entender que tudo estava correndo bem durante o seu parto normal, mesmo durante o processo de dor. E é por isso que eu acredito muito no que minha amiga disse. “Você precisa saber quem vai te acompanhar nessa jornada”. Claro que você pode mudar. Já vi histórias de mulheres que mudaram de médico com 38 semanas de gestação. Ou então de mulheres que mudaram de médico na segunda gestação por querer viver outra experiência.
Nesse meu processo de colher informações e formar minha opinião sobre normal x cesárea perguntei para uma outra amiga que passou pelas duas experiências qual ela preferia. “Normal”, respondeu. “Na Cesárea você fica presa na maca, seu bebê nasce e você mal consegue abraça-lo na hora. Logo eles o levam para o berçário e você fica ali sem saber o que está acontecendo, querendo o seu bebê, esperando a anestesia passar. No normal eu pude ficar por mais de duas horas com minha filha abraçada logo nas primeiras horas de vida dela, eu amamentei, meu marido ficou o tempo todo com a gente. O momento foi nosso. Muito melhor!”, me disse.
Vale ressaltar mais uma vez que, cada caso é um caso. Há também quem diga que não curtiu o parto normal e prefere a cesárea. Então, nada melhor que a nossa própria experiência para nos aconselhar e nosso próprio sentimento para tirarmos as conclusões. Ninguém tira elas por você. E a forma como você deseja parir deve ser respeitada. Não importa qual seja! Eu só quero ressaltar que concordo com o conselho da minha amiga dado lá em cima, saber o que você quer é importante na hora da escolha do profissional.
Outro dia fui bater um papo com a minha médica, que não faz a linha natural/humanizado, mas que me deu segurança no momento que eu precisava de segurança e ela disse. “Edilene, não pensa nisso agora, a gestação vai se definindo. Se você quer o parto normal, vamos seguindo acreditando no parto normal”. Concordei e assim tô seguindo!
E você? Como foi a escolha do profissional que te acompanha ou acompanhou na gestação? O que você pensa sobre isso? Quero saber!
Adorei a matéria! Infelizmente fiz duas cesareas exatamente por conta doa riscos que envolviam as gestações. Eu detestei. Passei mal fisicamente e psicologicamente. Não andava direito, não dormia, não comia… Nessa gestação, o parto natural é uma prioridade. Embira minha obstetra ja me disse que não é aconselhado que eu faça um oarto natural, quero pelo menos tentar. Até então não existia nenhuma chance de engravidar… E o que aconteceu??? Estou na 20° semana. Parto natural ai vamos nós!!! Mas concordo com você e cada mulher sabe o que é melhor para si. E deve ser respeitada por isso. Sua vida, suas escolhas!
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Fabi, siga acreditando! Vc já tem um milagre aí pra provar que tudo é possível. Siga seu coração, com segurança sempre! Mas leia bastante, consulte profissionais até você ter certeza do que é possível e melhorpra você. Eu quero muito o natural tb! Beijocas!
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