18 • julho • 2018

Empreendedora produz moda praia para mulheres cadeirantes com resíduos têxteis


Você já enfrentou alguma dificuldade ao procurar para comprar um maiô ou biquini para aproveitar o Verão na piscina e na praia? Em um país tropical tão diverso, não é nada complicado encontrar quem não tenha passado por isso.

Agora, imagina para a mulher com deficiência. Não só trajes de banho, mas conquistar um guarda-roupa prático, adequado, funcional e com estilo pode significar uma verdadeira via-sacra.

A boa notícia é que assim como temos visto acontecer, por exemplo, com a moda plus size, a chamada moda inclusiva começa também dar as caras.

Professora de português e inglês, Darling Cavalcante é um exemplo de quem decidiu apostar no segmento. Idealizadora do Rodas da Moda – projeto para capacitação de pessoas com deficiência em curso de modelo fotográfico e passarela – a empreendedora cria peças exclusivas para atender mulheres cadeirantes. Sua atenção está voltada para mulheres que buscam moda praia acessível para a sua condição física.

Adaptadas com zíper, colchetes, velcros, laços, entre outras especificações, sempre levando em consideração o interesse da cliente, o objetivo é proporcionar conforto e também independência – já que esses recursos facilitam a vida dessas mulheres.

“É tudo feito sob medida. Nas marcas que estão no mercado, normalmente não encontramos muitas peças adaptadas, ainda mais em moda praia. A modelagem dos maiôs e biquínis são bem diferentes das convencionais, porque o corte e a modelagem são outros. Tenho que pensar que a pessoa que vai usar mitas vezes não se locomove sozinha e não levanta da cadeira. Então, tenho que ter muita atenção na hora de colocar laços e velcros, para não incomodar. Além de ter o corte diferenciado, para gerar conforto”

Foto: Divulgação

A iniciativa de Darling no universo da moda inclusiva – no que diz respeito à criação de peças – é recente. Mas, não é de agora que pensa na sustentabilidade. Além do Rodas da Moda, Darling tem uma marca de moda praia consciente onde trabalha na produção de peças a partir de resíduos têxteis. Conceito que aplica também no novo projeto.

“Busco a eficiência e originalidade para atender as exigências de quem procura um produto exclusivo e ético. As peças não são feitas baseadas em tendências, é um produto trabalhado para clientes que gostam de peças únicas e atemporais. Realizar meu trabalho sem causar danos ao meio ambiente e ainda ajudar a mulheres que possuem algum tipo de deficiência, é uma grande realização pessoal para mim. Acho que todos merecem e devem ser expressar e a moda é um meio ideal de você dizer à sociedade quem você realmente é, ou seja, a moda permiti a expressão, a arte da sua personalidade. Escolhi a moda praia, porque a minha relação com o mar é forte, adoro”.

Foto: Divulgação

Ainda em relação as pessoas com deficiência, Darling nunca as viu dessa forma. E sim, como indivíduos que merecem ter, ser e fazer parte de uma sociedade que ainda é muito preconceituosa.

“Me lembro muito bem quando fui apresentada a modelo Léia Sales. Quando ela desfilou para mim, pude ver o potencial e a oportunidade de fazer algo pelos PCDs. Sem me importar se as pessoas estão ou não dentro de um determinado padrão imposto pela sociedade, o trabalho com os PCDs busca valorizar a estética única dos indivíduos.”

Por hora, as vendas acontecem por meio das redes sociais do projeto Rodas da Moda no Facebook e no Instagram. “As pessoas podem visualizar meu trabalho e conhecer minhas peças. Estou no começo, alguns produtos já foram vendidos e com algumas peças realizo alguns eventos e desfiles para empoderar essas mulheres”, completou.




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