MESA CORRIDA – É bem verdade que, no Brasil, grande parte dos alimentos pode ser encontrada em quase todos os meses do ano, mas às custas de mais trabalho, agrotóxicos e pesticidas. O que implica em um aumento no custo de produção e, evidentemente, no preço final que todos nós pagamos na feira. Mas a dinâmica não mexe só no bolso, há também outros prejuízos como poluição ambiental e danos graves à saúde do produtor e do consumidor, incluindo intoxicação e câncer.
Sinal de alarme! Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), em abril deste ano, apontam o país como líder no ranking mundial de consumo de agrotóxicos. Sei que para a maioria dos brasileiros não é possível manter um padrão alimentar com produtos orgânicos, que são mais livres de “venenos”, entretanto, bem mais dispendiosos. Então, pelo menos, opte pelos alimentos sazonais, a chance de conter excesso de agrotóxico é bem menor.
Em 2015, estive na Itália visitando minha irmã, que participa de um programa de intercâmbio na Universidade de Padova. Entre as minhas expectativas para a viagem, estava experimentar a uva de lá, reverenciada pela Sthéfanie como a melhor que ela já comeu na vida. Fiquei na vontade, porque fui fora da época de uva e não consegui um cachinho sequer. Como em outros países europeus, na Itália, os supermercados só oferecem frutas, legumes e hortaliças da estação e é isso o que as pessoas comem (e comem muito bem!).
Foi na cidade italiana de Bra, em 1986, que surgiu o Slow Food, um movimento internacional que contrasta a cultura fast food e que tem entre seus princípios o respeito à sazonalidade dos alimentos, ao meio ambiente e aos produtores. Carlo Petrini, fundador do Slow Food, nos propõe a “recusar tudo o que é desnatural, que introduz artifícios insustentáveis na relação dialética entre homem e terra”.
Como em junho é aberta a temporada de mexerica, vou me refestelar em vários gomos. Porque ainda que eu seja louca por manga ubá, posso esperar até o mês 12 para me lambuzar com a fruta na sua versão mais amarelinha e doce.
Tabela de períodos de safra: CEAGESP
Bolo de mexerica
Ingredientes:
4 mexericas (duas com casca e duas sem casca) – 4 ovos – 1 e ½ xícara de açúcar refinado – ½ xícara de óleo – 2 xícaras de farinha de trigo – 1 colher (sopa) de fermento em pó
Modo de Preparo:
Higienize as mexericas que serão utilizadas com a casca. Pique as quatro mexericas, retirando as sementes e a parte branca fibrosa central dos gomos. Coloque no liquidificador junto aos ovos, o açúcar e o óleo. Depois de bater os ingredientes, despeje a mistura em um bowl e acrescente a farinha de trigo. Mexa bem. Por último, incorpore o fermento. Coloque a massa em uma fôrma de buraco no meio de aproximadamente 22 cm de diâmetro untada e enfarinhada. Asse em forno preaquecido a 150°C.
Fica perfeito servido com um cafezinho coado!
+ Suellen é autora do blog “Encontrei Babette“ onde publica crônicas recheadas de conceitos gastronômicos e experiências gustativas com uma boa pitada de poesia.
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