Se você já ouviu falar em Constelação Familiar ou Sistêmica, provavelmente já quis saber do que se trata. De fato é uma terapia que tem causado curiosidade. E falo por experiência própria. Tanto por me interessar a ponto de constelar – experiência que conto em uma outra publicação. Quanto por ouvir de amigas muitas perguntas a respeito.
Neste conteúdo me proponho explicar pelos olhos e sensibilidade de Juliana Bertoncel, consteladora sistêmica, cantoterapeuta e musicoterapeuta, o que é a tão mencionada terapia que tem sido usada até mesmo dentro dos tribunais brasileiros.
Segundo Juliana, a Constelação é uma terapia breve, que olha para a ancestralidade, onde os nossos problemas normalmente começam. “E a gente vive a consequência do destino de outras pessoas da nossa família”, afirma Juliana que explica ainda que quem criou o método foi o psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, hoje com 92 anos, ainda super atuante.
Padre missionário, Hellinger por cerca de 30 anos esteve em contato com diferentes culturas. E identificou leis que regem a história da humanidade e seus relacionamentos. Leis que seguem sendo ignoradas, o que consequentemente tem gerado conflitos e dores em escala individual e também coletiva.
“Iguais as leis da física, que alguém observou e as enunciou, mesmo que você não as conheça, está sujeito a elas. Na constelação é a mesma coisa. Bert percebeu que existem três ordens que regem os relacionamentos, que são pertencimento, hierarquia e o equilíbrio entre o dar e receber”, conta Juliana que a cada atendimento realiza uma palestra explicando todas as questões relacionadas tanto à dinâmica, quanto benefícios e como a Constelação Sistêmica age na vida da pessoa que procura pela terapia.
Como senha de Wi-Fi
A Constelação não é uma prática religiosa, tampouco mística. “É ciência: campo morfogênico e epigenética”, afirma Juliana Bertoncel. A consteladora usa a rede de Wi-FI para exemplificar a terapia. “Em uma zona de Wi-Fi você não enxerga o Wi-Fi. Mas, se você pega seu celular e obter a senha daquela rede, você se conecta à ela. E para nós consteladores, o trabalho é parecido, porque na molécula do DNA de todos nós existe uma parte energética que tem todas as informações do que aconteceu em nossas famílias”, diz.
O objetivo da terapia é sempre desbloquear o que prende quem constela. “A constelação age naquilo que te prende, que te bloqueia, que te impede de olhar pro foco da sua vida e ir para onde você quer. Ter saúde, prosperidade, bons relacionamentos, propósito, mais vida. Eu costumo falar que é como se fosse o seguinte: você tem um apartamento com vassoura, pano, rodo, produtos de limpeza e inclusive vontade de manter o apartamento limpo. Só que não consegue limpar por estar preso dentro de uma jaula dentro desse apartamento. Não importa o quanto de vontade, ferramentas e recursos você tenha. Se está preso, não conseguirá limpar E a constelação limpar. A constelação age tirando dessa jaula”, explica.
Individual ou em grupo a Constelação beneficia a todos os envolvidos
A dinâmica das constelações Familiar ou Sistêmica pode envolver um grupo de pessoas – se feita em grupo – ou objetos – em caso de constelação individual. Esses objetos podem ser bonecos, por exemplo. Juliana Bertoncel explica que a função tanto das pessoas quanto dos bonecos é representar pessoas do universo sistêmico de quem constela.
Os assuntos tratados na terapia em grupo são mantidos em sigilo. Quem vai constelar conta a questão única e exclusivamente para o constelador. Quem participa como representante pode nem mesmo saber quem ou o que está representando.
Juliana explica ainda o que pode ser constelado. Relacionamentos conflituosos com pais, filhos e cônjuges em geral; tomada de decisões; dificuldade financeira; bloqueios na área profissional; em casos de separação; doenças crônicas, entre outras coisas.
“Tudo o que não flui. O que você quer para a sua vida que por mais que você tente e se esforce não obtém os resultados desejados? Ao fazer uma constelação, não só você será beneficiado, mas todo o seu sistema familiar terá um grande ganho”, afirma a consteladora.
Vale dizer que a Constelação Sistêmica é mais abrangente, o que permite constelar mais temas, enquanto a Constelação Familiar é reduzida ao ambiente familiar.
Sobre Juliana Bertoncel: Entre o dar e o receber
Juliana Bertoncel encontrou na Constelação Sistêmica o alívio para sua dor. Diagnosticada com Endrometriose, por quinze anos conviveu com dores intensas na parte inferior no ventre, nas costas e nas pernas.
Já tinha feito uma cirurgia e mesmo assim as coisas não melhoravam. Foi quando me falaram da constelação. Meu primeiro contato foi para tentar melhorar meu quadro físico.
Essa foi a razão que levou Juliana a constelar pela primeira vez. A constelação não a curou do diagnóstico e nem é essa sua função. Mas deu ferramentas para que pudesse mudar. Em seu e-book onde detalha o episódio, Juliana relata que “percebeu que brigar com a vida só piorava sua dor, o que a deixava mais tensa e nervosa”. Ao todo, foram dois anos e meio de tratamento e acompanhamento médico. “Depois que constelei, as coisas começaram a andar. Melhorei e em menos de um ano e meio, estava 100% zerada de tudo”.
A decisão de se tornar consteladora surgiu do desejo de retribuir. Quando começou melhorar, Juliana decidiu que faria o que estivesse a seu alcance para evitar que outras mulheres passassem pelo que passou. Após fazer um curso sobre dor crônica no Hospital das Clínicas em São Paulo e mais alguns módulos da formação online com Change Pain, deu início à formação em Constelação Sistêmica para entender e solucionar a correlação entre ancestralidade e doenças. Experiência que compartilha em seu curso “A dor alivia, você cresce: Mais saúde, mais alegria, mais vida, mais você.”
“Comecei a participar de várias constelações e quando surgiu a oportunidade de fazer a formação eu aceitei fazer. Já tinha sensibilidade para isso, além de que devorava livros sobre Constelação no meu tempo livre”, disse Juliana que há cinco anos se envolveu com a terapia e facilita constelações sistêmicas há um ano.
Informações para contato: Terapia e Música – Juliana Bertoncel: Site | Facebook | Instagram