Novos ares sopram no Lab Fashion, em São Paulo. “Sob nova direção”, o coworking que há três anos é conhecido por abrigar profissionais e eventos de moda, acaba de passar por uma ressignificação. O upgrade faz com que o Lab – como é carinhosamente chamado – se consolide com uma nova vocação: a de escola criativa cujo objetivo é democratizar o ensino de moda, disseminar experiências e conectar profissionais e demais interessados pelo segmento. Entre as novidades está também o retorno da estilista Bethina Oger Garcia, agora no posto de sócia do negócio para tocar o barco ao lado do co-fundador Diogo Toshio Hayashi.
Escola Coworking de Moda
Mais do que compartilhamento de espaço, o novo Lab Fashion a partir daqui passa a compartilhar conhecimento ao promover uma grade de cursos. Com um novo posicionamento, mas mantendo seu DNA, o local segue oferecendo estrutura física ideal para o conhecimento e empreendedorismo de moda.
E ainda trabalhando o conceito de negócio social, estimulando a criatividade, o networking e inovadoras formas de produção e consumo, o Lab segue também com espaço disponível para contratação para reuniões e eventos como cursos, palestras e workshops.
Mas, segundo o co-fundador Diogo Toshio Hayashi é hora de investir e proporcionar novas experiências para quem circula pela área de 220 metros quadrados, divididos por dois conjuntos de salas no edifício 474, da Rua Dona Antônia de Queiróz, na Consolação. Os planos são muitos.
“A ideia é a partir daqui cada vez mais partir para a realização de cursos, palestras e workshops promovidos por nossa equipe. Tivemos recentemente uma parceria com a Singer e é bem provável que se torne um curso periódico. E estamos indo atrás de outros contatos”, explica.
Formada em Moda e Mestre em Educacão, Arte e História da Cultura e com experiência profissional em fábrica e ateliê, é Bethina agora a pessoa responsável pela curadoria dos eventos promovidos no espaço em parceria com empresas e profissionais do ramo.
“A Bethina é da moda e dá esse tchan na coisa, porque eu e o Fábio [Uehara – ex-sócio do Lab Fashion] tínhamos perfis parecidos. A Bethina é a oportunidade para colocar em prática coisas que queríamos ver acontecer”, diz Diogo que explica ainda que a saída de Fábio aconteceu por decisão própria. “Ele segue tocando agora os negócios da família.”
O retorno de Bethina
Em 25 de fevereiro de 2016, o Moda Sem Crise visitou pela primeira vez o Lab Fashion. O coworking de moda, assim como essa plataforma, dava os primeiros passos de sua trajetória. Bethina Oger Garcia era uma das principais coworkers da época. Estilista e modelista recém-formada, a jovem dava aula de moulage no Lab.
“Assim que entrei no Lab comecei o mestrado. E chegou um momento que não conseguia mais conciliar. Parei de dar aulas para estudar. Terminei o mestrado no final de 2017. E comecei procurar faculdades para dar aulas. Mas muitos professores estavam sendo demitidos. Então decidi que montaria meu ateliê”, conta.
A ideia de procurar o Lab para retomar as aulas particulares partiu de sua mãe. E entre uma aula e outra, o objetivo era montar o Plano de Negócios do ateliê. Mas, não demorou muito para Bethina descobrir que era o que queria fazer.
Nesta mesma época, Diogo Toshio Hayashi já estava em busca de alguém para uma nova sociedade.
Sociedade que surgiu da necessidade e em muito boa hora. “O que me deixava preocupado ao ver o Fábio [Uehara] sair era não saber como tocar tudo sozinho. Porque por mais que tente suprir, não ia conseguir por ter outro negócio e não poder ficar 100% focado. Comecei conversar informalmente com algumas pessoas. E o perfil da Bethina tinha tudo a ver com o momento que ela estava, o momento que estou e o momento que o Lab está”, diz.
Bethina conta que saber que o Lab precisava de um novo sócio a deixou bastante interessada. E mais uma vez sua mãe a inspirou. Uma conversa com Diogo fez com que fechassem a sociedade que teve início em maio.
“Eu fiquei tão feliz. Agora estou fazendo algo que realmente gosto. Poder organizar um espaço, organizar uma agenda de cursos e poder levar informação para as pessoas era o que queria fazer”, comenta.
Dentro do Lab, Bethina segue também com suas atividades. Dando cursos, workshops e palestras. “Não vim procurando isso. Mas estou feliz com o que aconteceu.”
“As coisas foram se encaixando. A Bethina tem um currículo impressionante. Se pegar tudo o que ela estudou é de impor respeito no mundo da moda. Era o momento dela vir. E o momento que a gente precisava ter ela aqui”, completa Diogo.