10 • julho • 2018

Evento discute representatividade no mercado dos cosméticos e impacto da beleza


A importância da representatividade no mercado cosmético e o impacto da beleza, além da importância de se ver representado nos mais diferentes cenários foram temas discutidos durante o 5º Congresso Cabelo & Ciência, realizado no final de junho, em São Paulo, pela Inoar Cosméticos. O painel Representatividade reuniu Alberto Silva, gestor da Casa Florescer, Maiara Barreto, atleta de natação paralímpica e farmacêutica, Aline Silva, medalha de prata no Mundial de Luta Olímpica de 2014, e Wally Custódio, cabeleireiro.

Da esquerda para a direita: Aline França, Wally Custódio, Aline Silva, Alberto Silva e Maiara Barreto – Foto: Facebook Inoar Brasil

Especialista em cabelos crespos e cacheados e em transformação capilar, Custódio defendeu a relevância da personalidade e individualidade como caminho para aceitação e autovalorização.

Eu sou negro e há 15 anos assumi meus cabelos. Tem gente que acha legal, outros criticam, mas é assim que me enxergo. É muito importante, principalmente no movimento afro, que haja educação, direcionamento. Se no passado, o alisamento era uma ditadura, hoje não podemos deixar que o cabelo natural se torne uma obrigação. Muitas pessoas de pele clara têm cabelos cacheados ou crespos, não é só uma questão de pele. Por isso, é preciso que haja identificação, equilíbrio e empoderamento. Ao assumir nossa própria identidade, servimos de inspiração para outras pessoas.

Segundo Inocência Manoel, diretora de Marketing e de Criação da Inoar Cosméticos, ver os mais diferentes tipos de pessoas representadas por marcas e na mídia, não só permite sonhar e criar novas possibilidades, como também ajuda a entender quem somos.

“É importante ver mulheres, negros, LGBTs, pessoas com deficiência e outros grupos ocupando mais espaços para que o sentimento de pertencimento ganhe cada dia mais e mais perfis, com toda sua complexidade, dentro da sociedade”, reforçou.

Foto: Facebook Inoar Brasil

Ao cair de uma motocicleta, aos 22 anos, uma lesão medular deixou Maiara Barreto tetraplégica. De uma hora para outra, a atleta paralímpica viu sua realidade mudar. E a relação com o corpo também. Para ela, o corpo da pessoa com deficiência ainda sofre com a invisibilidade e a representatividade desses corpos, principalmente por parte da mídia, é algo que precisa mudar.

“Por causa do acidente que sofri, fiquei tetraplégica  e precisei reaprender tudo. Hoje sou independente, mas a verdade é que as empresas e marcas muitas vezes não nos enxergam. Já passei por situações de muita frustração. Infelizmente, muitos vendedores não me vêem como consumidora, é como se eu fosse invisível por estar em uma cadeira de rodas”, contou.

CORPOS INVISÍVEIS: ONDE ESTÃO AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA MODA?

Outra história que chamou a atenção durante o evento para esta mesma invisibilidade é a das 30 travestis e mulheres transexuais em situação de vulnerabilidade, abrigadas na Casa Florescer, em São Paulo. “Quando falo em beleza faço conexão com a realidade destas meninas. Ninguém sabe as rupturas que elas sofrem. O ato de estender as mãos é importante para ajudar estas trans a se restabelecerem, para que possam assumir suas identidades. Elas precisam ser vistas como pessoas e a estética proporciona este momento de se reencontrar”, comentou Silva.

Foto: Facebook Inoar Brasil

“A sociedade está passando por uma transformação. E nós, como marca e indústria precisamos nos expor para ouvir nossos clientes, aprendermos com eles e tentarmos ajudar este momento a crescer. As pessoas não aceitam mais uma única forma de cabelo, estilo, é por isso que precisamos enxergar as necessidades reais em busca do que é mais valioso: respeito ao indivíduo, seja ele quem for”, completou Inocência Manoel.

Com informações da Inoar Cosméticos




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