Esta coluna poderia falar de importantes pets do cinema e dos quadrinhos, mas hoje o destaque não está no Scooby Doo, Gato Felix, Rim Tim Tim, Gato Guerreiro ou Floquinho. Vamos falar sobre uma simpática orelhudinha chamada Hermione Granger. Sim, HER-MI-O-NE. Afinal, vocês não achavam que uma catiorinha minha teria um nome menos nerd, né?
Em setembro de 2017 eu estava abrindo minha primeira conta de luz nominal (oremos!). Apartamento solo, responsabilidades novas e muitas expectativas. E eu que estava absolutamente satisfeita por ser a dona do meu narizinho de batata, comecei a sentir que faltava alguma coisa. Entendam, eu sempre amei cachorros, mas tinha medo que em um apê pequeno e sem varanda o doguinho se sentisse aprisionado.
Dias antes do meu aniversário eu estava imersa na cobrança de fazer alguma coisa para comemorar a data, mas nenhuma das opções me animava. Eis que eu vejo um anuncio de feira de adoção – justamente – no dia 13 de janeiro! Se aquilo não era um sinal, o que mais seria? Depois de alguns contatos com a ONG Entre Pegadas, lá estava eu indo a um dos locais onde eles abrigam animais resgatados.
Era sábado, 06 de janeiro. Fazia um calor tipicamente carioca (clima de montanha – montanhas de vulcão) eu e meu pai fomos ver os cachorros. Eu já tinha uma ideia de quem eu queria adotar: Edu, um negão lindo, 5 anos, resgatado após um atropelamento que o fez perder uma das patas dianteiras. Indo para o local a única dúvida que eu tinha era se o nome dele passaria a ser Darth (Vader) ou Sirius (Black)… Mas a vida é uma caixinha de surpresas, né?
E no meio daquela cachorrada toda, eu a vi e ela me viu. A sensação que me deu na hora é que ia aparecer o Lionel Ritchie em algum lugar cantando: “hello, is it me you’re looking for?” foi nesse momento que eu entendi que em um processo de adoção não é a gente que escolhe, é o nosso coração. No momento em que aquelas simpáticas orelhinhas avantajadas se levantaram para mim eu entendi que era ela quem me acompanharia na minha jornada a partir daquele momento.
Uma semana depois, na tarde do meu aniversário, eu participei como voluntária na feira de adoção da Entre Pegadas. Foi um dos melhores aniversários que eu já tive na vida, repleto de rabinhos balançando, lambidas e muito (mas muito mesmo) carinho. Eu dei várias gargalhadas com aqueles lindos doguinhos, existe presente de aniversário melhor que esse?
Depois desse dia, além de virar mamãe da Hermione eu passei também a me envolver com o voluntariado da organização, ajudando nas campanhas e na divulgação dos animais disponíveis para adoção e isso me trouxe um mar de bem. Consegui ver que há um caminho enorme com infinitas possibilidades quando se quer fazer algum bem.
E a Hermione? Está ótima! Se adaptou bem a minha rotina, come ração, frutas e adora um cafuné. Faz suas necessidades na área de serviço, late raramente e nunca destruiu nada em casa. Uma das coisas que ela mais gosta de fazer é brincar de pegar a bolinha. E sabe onde fazemos isso? Bem no meio da sala do meu pequeno apartamento. Para um cãozinho abandonado, qualquer lar com amor é um castelo!
Hoje me pego olhando para aquela pequena canceriana (sim, ela é canceriana, sensível…) e penso em quanta coisa boa ela trouxe para minha vida. Penso também em como foi fácil, no quão rápido ela se adaptou a minha rotina e eu a dela. Penso, principalmente em como parece que ela está a li desde o dia em que eu me mudei, como somos parte do coração uma da outra.
Adotar um animalzinho é como amar. Quando é para ser, flui tão bem que você se pega perguntando: como minha vida era chata e vazia antes de conhecer você?
Agora quer um conselho? #nãocompreadote. O que não falta é cãozinho à espera de um lar!
A Entre Pegadas é uma ONG do Rio e conta com voluntários vindos de todas as partes da cidade.
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