O Carnaval está aí. E embora só ocorra oficialmente dia 13 de fevereiro, o que não falta é esquenta para essa festa que é sinônimo de alegria, cor, fantasia e brilho, muito brilho. E por falar em brilho, o glitter é sempre aposta certeira entre os foliões. Mas, o que pouca gente sabe é o quanto esse microplástico pode, segundo especialistas, se tornar um grande problema para o meio ambiente. A boa notícia é que o Carnaval não deixa de ser Carnaval se deixarmos de usar esse recurso, certo? E dá também para optar pelo glitter biodegradável que não causa dano. Que tal?
Embora não exista pesquisa específica sobre o glitter, justamente pela complexidade de se identificar a origem de um microplástico, de acordo com dados de um estudo conduzido em 2015 por pesquisadores do Imperial College London, de Londres, em parceria com com especialistas da Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Holanda, entre outros países, o material entre os microplásticos que poluem os oceanos são contabilizados entre 15 e 51 trilhões de partículas.
Vale parar para pensar que: depois da folia, todo o glitter depositado no corpo vai – literalmente – embora pelo ralo. As pequenas partículas de plásticos brilhantes – pequenas demais para serem filtradas no sistema de tratamento de esgoto – acabam indo parar em rios e mares.
Na publicação “Como seu glitter no Carnaval chega aos mares e oceanos” assinada por Juliana Gragnani da BBC Brasil em Londres, o plástico é apontado como o maior poluente do oceano. O perigo está na ingestão desse microplástico pela fauna marinha. “Pesquisas recentes dão conta de que microplásticos perturbam o início da cadeia de alimentação aquática, como os plânctons. Também afetam ostras e mexilhões”, diz Trisia Farrelly, da Universidade de Massey, na Nova Zelândia, especialista em ecologia urbana.
“Eu gosto de coisas brilhantes. Mas com 7 bilhões de pessoas no planeta, não podemos usar as coisas só da maneira como gostaríamos. Precisamos pensar no impacto que causamos”, afirma Sherri Mason, professora de química da Universidade do Estado de Nova York, em Fredonia, e especialista em poluição de plástico em ecossistemas aquáticos, na mesma publicação. Aliás, para a especialista, embora o glitter biodegradável seja uma iniciativa positiva, não dá conta da demanda. “Então eu insisto que temos que reduzir o uso de glitter”, aponta como solução.
Farrelly, da Nova Zelândia, afirma também que “o glitter, em si, não é o problema”. “O glitter é uma parte do problema. E se está chamando atenção para o problema maior, então ótimo.” Já Joel Baker, diretor do Centro de Águas Urbanas da Universidade de Washington, diz à BBC que não se pode medir o impacto dos microplásticos no oceano. “Não sabemos se há um problema, mas não é um absurdo ser cuidadoso e não querer colocar coisas no meio ambiente que o degradem.”
Rever hábitos de consumo tem sido cada vez mais necessário. E nossa relação com o plástico faz parte dessa questão. Então, que tal neste Carnaval redirecionar seu poder de decisão? Você pode optar por não usar o glitter ou fazê-lo de forma responsável, escolhendo produtos biodegradáveis.
Uma dica bem bacana vem da Lá do Mato Saboaria Natural que diz: “Ao comprar seu glitter natural procure saber que tipo de pigmentação o produtor está usando. Corante alimentício nem sempre é uma boa, pois sendo industrializado, muitas vezes eles levam componentes químicos agressivos em sua composição como dioxido de titânio, eritrosina, tartazina, amaranto, petrolatos e carmim de cochonilha (natural de origem animal). Por aqui nós fazemos nosso próprio pigmento com muita maceração e 15 dias de espera para que eles fiquem dessas cores lindas. Colocamos um pouquinho de mica perolada que é um pigmento de origem mineral, para dar brilho e a base é feita de gomas vegetais. O preço é R$10 porque sustentabilidade tem que ser acessível e a gente quer ver todo mundo brilhando com amor.”
Separamos aqui 10 marcas de glitter ecológico de diferentes partes do país para você que não abre mão desse brilho curtir o Carnaval sem culpa.
Glitter Glitter: A Glitter Glitter é uma marca de glitter biodegradável daqui de São Paulo. Detalhe, a marca é recém-lançada. Está dando os primeiros passos, mas já conta com produtos que parecem bem legais. Uma opção é o glitter Poeira Estelar vendidos em potinhos de 5g (R$ 5). A sugestão da marca é usar também como sombra, iluminador, para dar um up no batom e inventar outros usos. Glitter cremoso são vendidos por R$ 8 cada. E em spray o preço vai de R$ 15 a R$ 19.
Lá do Mato: De São Paulo é também a La do Mato Saboaria Natural que trabalha com a produção de cosméticos naturais, artesanais e veganos vendidos em embalagens reutilizáveis que cuidam de quem compra e do meio ambiente de uma maneira mais amorosa. Glitters vendidos a R$ 10 cada. Spray Purpurinado vendidos a R$ 20.
Glitter Ecológico: A marca de eco glitter de Porto Alegre (RS) e tem o produto nas cores verde, bronze e dourado. Dá para conferir tudo pelas redes sociais. E dá para fazer contato pelo Whatsapp.
Ivi’s Alchemy: Produz produtos artesanais com extrato de óleos vegetais. A marca Ivi’s Alchemy é do Rio de Janeiro. O nome dos produtos são inspiradores. Tem o glitter Odara; Rosa, Menina Rosa; Águas de Março; Garota de Ipanema; Corcovado; e Sargento Pimenta. Tudo vendido em embalagens latinha (R$7) ou garrafinha (R$5).
Com Amor Florinda: Flocos, prata ou cobre? A Com Amor Florinda conta com glitters ecológicos de produção e venda exclusivamente para o Carnaval. A marca vende produtos para uma vida saudável e sustentável. São produtos conscientes e intuitivos feitos com as mãos, harmonia e amor. O custo do glitter é de R$ 8 por frasco.
Baunilha Haus: Se você está no Nordeste brasileiro ou é esse o destino para o Carnaval, a Baunilha Haus pode te ajudar a apostar no glitter ecológico. A marca nordestina tem cinco opções de ecoglitter, uma delas é o Pó de Unicórnio. Cada porção custa R$ 15.
Brilhow: A Brilhow também produz o produto de foena ecológica. O bacana é que a ideia de criar uma marca de glitter biodegradável neste caso surgiu de duas biólogas marinhas. Certamente elas já viram de perto os danos causados pelo glitter de material plástico. A marca tem uma variedade de ecoglitters e também se coloca à disposição para fazer cores personalizadas. Os preços variam de R$ 8 (frasco pequeno) e R$ 15 (frasco grande).
Vinho Perfumaria: De “Beagá”, Minas Gerais, a Vinho Perfumaria oferece também algumas opções de glitter ecológico. Os preços não são mencionados nas redes sociais. Mas vale a pena conferir.
GLITRA – Purpurina biodegrável à base de plantas. Celulose de eucalipto renovável. A empresa é do Rio de Janeiro, mas entrega em todo o Brasil. As vendas acontecem por meio do direct no Instagram e mensagem no Facebook da marca que também é do Rio de Janeiro. A Glitra não menciona os preços nas redes sociais.
PURA – A Pura Bioglitter também investe na produção orgânica, biodegradável e artesanal. A empresa está também no Rio de Janeiro, no bairro de Santa Tereza. Mas e possível comprar pelo site e receber em casa. A questão é que o as vendas no site, até o fechamento desta publicação, estavam esgotadas. Mas vale a pena ficar de olho no site e nas redes para saber sobre a reposição de produtos. E para saber também onde elas estão vendendo o brilho pessoalmente.
*Com informações da BBC Brasil e Londres. Os preços publicados foram consultados em sites e redes sociais das marcas mencionadas. Os produtos não foram testados pela equipe do Moda Sem Crise. Todo o conteúdo é resultado de pesquisas navegando por redes sociais e sites. Foto de destaque é da Lá do Mato Saboaria Natural.
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