A VIAJANTE – Era para ser uma retrospectiva. Mas admito que colocar as coisas em ordem não é meu forte. Este mês fiz anos, pessoal. E, como boa pisciana que sou, vez ou outra me enveredo pelas entranhas de meu ser, buscando me encontrar. Sou grande viajante. Caminho para dentro. Mas também me permito levar pelo fluxo frenético do mundo exterior (confesso que muitas vezes isso deixa meus miolos tal como um novelo de lã embolado).
Por vezes, acendo uma lanterna interna. A luz exibe as ilusões com mais clareza e me faz pensar o que faço no mundo, onde estou errando e também acertando, aonde chegarei… ações assim costumam trazer dor, mas são extremamente necessárias. Uma vez, um filósofo que muito admiro, disse que a vida é como um trem e nós somos os passageiros. Mas a partida e a chegada nos são desconhecidas. Me coloco a pensar no que já vivi, para tentar entender aonde estou.
Há algumas semanas encontrei uma caixinha de recordações montada por mim, que fica na casa de meus pais. Tenho cartas que trocava com minha primeira amiga, Laura, que se mudou para Barbacena quando eu tinha seis anos. Mantivemos contato via Correios por aproximadamente oito anos. Com a Internet e o nosso crescimento, nos afastamos. Tenho boletins, poesias que escrevia, congratulações recebidas, outras cartas, algumas fotos, bilhetes, recados e, claro, todas as recordações que me vêm à mente. Quantos nomes, quantas pessoas, meu Deus! Nessa caixinha existe vida e muitas histórias vividas em Ponte Nova e em São João del Rei (onde morei por um tempinho). Existe ainda as mais diferentes combinações de DNA. Cada lembrança, uma outra alma vivenciando-a também, dividindo o mesmo momento.
Eu parei de nutrir essa caixinha há alguns anos já. Mas aí, começo a pensar em todas as outras almas que chegaram com os anos passados em Juiz de Fora e, agora, com o que vivencio em Belo Horizonte. Queria falar das experiências e de cada pessoa com quem as dividi. Mas aí vivaria um livro, com um capítulo dedicado a cada uma (Eu comecei a escrever este texto algumas vezes, e sempre agarrei nesta parte), rsrs.
Hoje eu respiro muita realidade (preciso pagar minhas contas e também lutar por conforto e lazer) e quase não tenho mais momentos que me permitem recorrer à memória, como estou fazendo neste exercício, ao rever as lembranças da minha caixinha. Confesso que as provas da vida, muitas vezes me fazem sentir vontade de pular fora. Não é fácil ser adulta! Mas fui presenteada com alguém que me deu a mão nessa caminhada, que compartilha meus sonhos, olha nos meus olhos e acredita em mim. Isso é o que importa.
Reflito muito sentada em uma cadeira que fica na varanda, contemplando o sol que se põe. Hoje ele encerra um ciclo, e volta amanhã. E assim será até o final, quando tiver dado toda a sua contribuição ao Universo. Devemos compreender e respeitar as fases da vida, cada uma com a sua importância e ligadas entre si. Isto nos auxilia a acender nosso sol interior.
Esse vídeo que fiz, tem um quê existencialista. Achei propício para o texto.
Agora me retiro, pois vou celebrar a vida. Até mês que vem!
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