Escrevo esse texto numa manhã gelada para os cariocas, o que me faz sentir uma louca saudade das férias na praia. Porque eu sou nerd, mas nasci em pleno verão e o Sol me chama! Eu sou daquelas pessoas que sorri ao ver o céu azul. Talvez eu tenha lido Jane Austen demais, mas fazer o que se eu sou solar?!
E no auge da nevasca carioca de 18° C, eu me peguei enrolada nas cobertas “zapeando” pelo feed do Instagram e cheguei a duas conclusões:
1 – Todas as celebridades estão passando férias nas Ilhas Gregas.
2 – Eu não tenho dinheiro para ir às Ilhas Gregas.
Uma dessas celebridades que estava relaxando o corpinho fit pela Grécia, fez aniversário tempos atrás e ganhou uma super festa do namorado, um jogador de futebol milionário. Assisti a diversos vídeos no Stories do Instagram (alô #Netflix, atualiza as sérias pois o tédio está forte!) e o mais legal foi o tal namorado com microfone na mão cantando um pagode bem #sofrência para sua musa. Bonitinho, né?
Tão bonitinho (e desafinado) quanto o namorado da minha vizinha que cantou o mesmo pagodão para ela no churrasco da laje. Eu nem lembro ao certo a canção, mas não deixava nada a perder para os clássicos do Raça Negra, obrigatórios em todas as festas bagaceiras propriamente ditas. E quem não ama uma festa bagaceira, né?
Falar de bagaceira, aniversário e verão eu me lembro do meu arrependimento da última estação. Um belo dia escolhendo biquínis com uma amiga, me deparo com um lindo biquíni nude. Sabe aquela peça que te apaixona? Pois é… Você deve estar pensando: Bia, se ele era tão legal, porque virou seu arrependimento de verão? Simples, eu não o comprei.
Olhei para aquela coisinha cheia de estilo e pensei: ah cara isso não é para mim, eu sou bagaceira demais para um biquíni nude. Vai marcar, vai me deixar pálida, eu não tenho com o que combinar e blábláblá insegurança blábláblá estereótipos. Sai de lá com um estampado fofinho na sacola e um caminhão de adjetivos ruins na cabeça.
Ver o pagodão na festa da celebridade me fez pensar no meu (pre)conceito sobre a ideia de “bagaceira” e o quanto a gente se limita a fazer uma coisa que quer e não faz por pura insegurança. Afinal, porque raios o tal biquíni ficaria ruim em mim?
Logo eu, sempre defensora da ideia de um corpo de praia é um corpo que está na praia, me vi presa a padrões ridículos que só servem para deixar a agente infeliz. Porque falamos sempre em empatia, respeito, liberdade, mas esquecemos por vezes de ter empatia com que mais importa: nós mesmas.
‘Numa sociedade que lucra com a nossa insegurança, gostar de si mesma é um ato de rebeldia’. Então, como minha princesa preferida, que sejamos todos parte da aliança rebelde! Porque no inverno eu entendi que meu corpo está sempre pronto para o verão, basta só o coração se abrir para o calor entrar!
OBS: Sim, eu vou comprar o tal biquíni nude!
OBS2: Não, eu não vou usá-lo nas Ilhas Gregas.