11 • fevereiro • 2016

Três amigas e um destino: o consumo consciente


Com a escassez de recursos naturais em todo o planeta, temos tido a chance de aprender, e muito, sobre novos formatos de consumo. Sim, a mudança de comportamento para qual precisamos nos render parece ainda distante da realidade. Mas, por outro lado, tantas iniciativas tem nos mostrado que é possível sim fazermos tudo diferente. E que o momento é agora. Dias atrás navegando em minha página no Linkedin, soube do evento a favor da economia criativa e consumo sustentável (olha a rede social colaborando mais uma vez). Mas, voltemos ao evento, o “Isso dá Liga” acontece neste sábado (13), no Jardim São Paulo, Zona norte de São Paulo. Curiosa procurei saber mais e descobri por trás desse projeto bacana três amigas cheias de entusiasmo e de ideias.

Da esquerda para a direita: Camila Andrade, Cinthia Bastos e Lucimar Francisco do Brechó Como Manda o Figurino - Foto: Divulgação

Da esquerda para a direita: Camila Andrade, Cinthia Bastos e Lucimar Francisco do Brechó Como Manda o Figurino – Foto: Divulgação

Envolvidas com os trabalhos do Brechó Como Manda o Figurino, Camila Andrade, Cinthia Bastos e Lucimar Francisco criaram o Movimento Isso dá Liga que propõe que deixemos a energia fluir. Talvez você esteja me perguntando, mas como? Elas explicam: “Reaproveitando, renovando e prosperando”. O projeto que nasceu das experiências de vida e de suas escolhas dessas três amigas vai além do vestuário e chama para a reflexão sobre absolutamente tudo o que consumimos seja no dia a dia ou esporadicamente.

“Quando você imagina uma roupa, ou qualquer outro objeto que utiliza gastou muito dos recursos naturais para ser feito, é impossível conceber que ele seja jogado fora sem total desgaste. Esta roupa, este livro ou este objeto, que está em bom estado pode ter terminado o seu ciclo de utilidade para uma pessoa, mas agora pode ser útil para outra. Fora a questão de oportunidade, porque uma roupa de qualidade elaborada, por exemplo, de uma marca, tem um público restrito, mas seminova, ela pode ser adquirida por outra pessoa. Isso é bem legal. Unindo nossas experiências e pensamentos, nós criamos este movimento”, explicou Camila.

O evento que me refiro no início do texto é uma palestra cujo objetivo é compartilhar essa ideia. “No final da palestra vou orientar um momento de dança para a conscientização da necessidade de nos transformamos através da transmutação de energia, e a dança é excelente ferramenta para isso. Reforçando a ideia de que tudo pode permanecer fluindo, de uma pessoa para outra, nós e os objetos que fazem parte da nossa vida”, completou Camila.

“Entender em primeiro momento que o descartável vai além do jogar fora, de virar lixo, e sim, descartar de modo a transformar, desapegar, trocar, retornar, reciclar. Reviver. Quando falamos de moda e objetos que podem ser reutilizados, dizemos que temos que começar a mudar o estilo de comprar. A base da mudança está na compra, em aceitar as coisas sendo novas, por serem adquiridas naquele momento por você, não importando se antes já foi de outro dono. Com carros são assim, a cultura de comprar carros usados já é aceita. A pessoa se sente feliz em adquiri-lo, mesmo sabendo de seus km de uso. O carro usado tem história e as pessoas consomem mesmo assim. Com imóveis também. Pois bem, com roupas, bolsas, sapatos, acessórios, temos que começar a trazer a mesma cultura, de algo adquirido com felicidade, como bom negócio, com satisfação de uma boa compra. E não como se estivesse adquirindo um lixo de alguém, e sim um descarte, uma desapego do outro”, disse Lucimar que me fez inclusive pensar muito a respeito. Não que tenha problemas em comprar algo já usado, mas essa relação que ela estabelece entre os carros e imóveis, isso é mesmo cultural…

Consumo Sustentável e Economia Criativa

Consumo sustentável e economia criativa: dois conceitos que estão na moda! Foto: Pinterest

Lucimar e Cinthia descreveram ainda que em suas experiências de compras sempre garimpavam as araras de brechós, bazares de igrejas, brechós alternativos. Eram elogiadas, mas também tiveram que lidar com o espanto e o olhar preconceituoso. “Hoje sim o conceito vem mudando bastante, as pessoas procuram coisas boas com valores acessíveis. Já comecei a perceber isso há uns anos atrás. Criei o Brechó Como Manda o Figurino com o intuito de desmistificar a compra de uma roupa usada. Queremos ampliar o conceito e a economia compartilhada e fazer do brechó uma referência na Zona Norte (de São Paulo)”, explicou Lucimar que em 2015 reencontrou a amiga Cinthia Bastos. “Ela era minha amiga de infância e tem uma afinidade com moda, demos um outro ar para o brechó Como Manda o Figurino e começamos a ter mais ideias. Sempre quis fazer do espaço um ambiente de encontro e novos conceitos”, afirmou.

A palestra prevista para esse sábado deve ser apenas o início da agenda deste trio que não está dando um show também fora dos palcos. “Os planos são muitos, muitos mesmo, somos umas mulheres de muitas ideias (Risos). Precisamos dar prioridades, porque nossa cabeça vai longe… Sim, esse (evento) é o primeiro de uma série, assim queremos. A partir deste, a ideia é ter pelo menos um por mês, fazer encontros mensais, falar sobre assuntos diversos, mas sempre ligados a sustentabilidade, reciclagem, consciência coletiva e engajamento social”, completou Lucimar.

E então? Quer seguir essa super tendência de moda? Se joga!!!

A palestra acontece, a partir das 15h, no Brechó Como Manda o Figurino, localizado na Rua Josephina Zogbi Esper, 74, Jardim São Paulo. E o investimento é de R$ 30 (palestra + lanche). Reservas pelo whatsapp (11) 991337458.




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2 Respostas para "Três amigas e um destino: o consumo consciente"

Sandra - 13, fevereiro 2016 às (16:51)

Adorei o tipo do trabalho. Quero conhecer. Infelizmente hoje não poderei ir. Gostaria de receber a relação dos eventos para poder me programar.

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Marcela Fonseca Marcela Fonseca - fevereiro 15th, 2016 em 6:51 pm respondeu:

Que bacana, Sandra. Estaremos de olho e pedi para as meninas que nos avisem. Elas tem um grupo bem bacana no FB chamado “Como Manda o Figurino”. E o brechó está sempre aberto. Vale a pena conhecer! 😉

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