23 • maio • 2016

Por um mundo com mais iniciativas sustentáveis


MODA – Sustentabilidade. Termo que tem origem no Latim: Sustentare. Que significa sustentar, favorecer e conservar. Esse conceito que tem estado não só entre nós brasileiros, mas em diferentes partes do mundo, é usado para definir ações e atividades humanas que visam cumprir necessidades contemporâneas, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Em outras palavras, a sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento humano, mas, fazendo um uso consciente e inteligente de recursos naturais (alguns inclusive cada vez mais escassos).

E a indústria têxtil tem tudo a ver com isso. Você já parou para pensar em todo o ciclo de produção de uma simples camiseta? São tantos os recursos envolvidos. Que fica a preocupação sobre o quanto precisamos avançar. Felizmente algumas iniciativas começaram a pipocar nas duas últimas décadas.

Pouco antes de viajar para Florianópolis (SC), estive no escritório da EcoSimple, aqui em São Paulo, porque queria conhecer tal iniciativa. Lá tive a oportunidade de conversar com Tatiana Soares, do departamento comercial, quem me explicou toda a dinâmica do projeto empresarial.

Especializada na produção de tecidos nobres, a partir de retalhos, roupas usadas, garrafas PET e outros resíduos de produção têxtil, a Ecosimple existe desde 2010. Mas, a origem de todo esse trabalho vem de 2004. O tingimento é feito também a base de corantes naturais. E a empresa que colabora para a diminuição na pegada de carbono no setor, a cada metro de tecido sustentável, elimina 480 gramas de resíduo têxtil e oito garrafas PET do meio ambiente.

São produzidos tecidos para acessórios, calçados, decoração e produtos de moda. E embora o ramo de decoração seja o de maior fluxo, a empresa tem planos de investir e ampliar o negócio no segmento de vestuário. “Temos tido aumento de 40% na procura de nossos tecidos para a moda, o que nos falta é focar no segmento porque clientes interessados temos. As pessoas estão muito despertadas para isso [a sustentabilidade]. Muitas marcas estão aderindo. Para o próximo ano estamos trabalhando para o lançamento de um tecido jeans com elastano, colorido, diferenciado. Queremos trazer também tecidos mais leves para roupas sociais. Estamos começando a pensar em trabalhar tecidos de camisaria, mais descolada”, disse Tatiana que explicou ainda que a empresa segue praticamente livre de concorrência, mesmo com um mercado altamente competitivo, e longe de produções em massa e grandes redes varejistas. “Nosso cliente é específico, cliente que preza por esse bem que está fazendo ao meio ambiente. A gente não enxerga concorrência. Enxergamos como uma oportunidade no mercado”, disse Tatiana Soares quando questionada a respeito do mercado Chinês que tem crescido de forma avassaladora.

Sobre parcerias com redes de lojas de departamento, Tatiana afirmou não haver interesse. “Essa não é nossa intenção, levar nosso produto para o fast fashion. Para trabalhar com grandes revendedores precisa ter um preço muito baixo e não conseguimos ter esse preço. Acessível é, temos tecidos aqui que custam R$12 o metro. Mas fica banal. Para comprar um tecido sustentável tem que ter uma consciência. São feitas certificações. E nosso foco é a indústria. Você se formou em moda, quer criar sua marca e iniciar um trabalho, trabalhamos isso. A gente atende quem produz e vai atingir o público final”, completou.

ModaSemCrise 019

Fotos: Marcela Fonseca




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