03 • maio • 2016

Mãe e filha unidas pela vida e por um ideal promovem manifesto “CorpoMeu”


ESPECIAL DIA DAS MÃES – Todos os dias somos bombardeados por informações sobre o que ser, ter e, mais recentemente, sobre o que e o quanto mostrar. Mas, com o alargar das estacas temos visto também cada vez mais iniciativas louváveis sobre sermos, termos e mostrarmos o que realmente somos. Sem esteriótipos, sem fórmulas, de maneira livre e real. Sabemos que muitos paradigmas ainda precisam ser quebrados, claro que sabemos. No entanto, não deixo de enxergar aquela luz no fim do túnel, sabem?!

E foi pesquisando e lendo a respeito que descobri a Tulli, um conceito de moda íntima que valoriza não só sua mão de obra, mas principalmente a mulher que a veste. E pude conhecer o projeto por meio do olhar de Maria Isabel Leite, 54 anos, sócia-gerente da empresa, que antes de qualquer coisa é mãe de quatro mulheres, uma delas, a estilista Carolina Leite, fundadora marca. Fica aqui então nossa homenagem a todas as mães que de uma maneira ou de outra apoiam e vivem os sonhos dos filhos. E o resultado desse prazeroso bate-papo.

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Carol e Maria Isabel Leite, a mulheres por trás da marca Tulli (Foto: Arquivo Pessoal)

Maria Isabel contou que a história da Tulli teve início em 2012, quando a filha começou a vender suas peças em redes sociais. Dois anos mais tarde a empresa ampliou suas vendas. E essa mãe deixou de ser de ser apenas uma investidora para se tornar parte efetiva do negócio. “Em 2014, a Tulli contava com uma equipe de cinco pessoas e alugava duas pequenas salas. Eu venho de uma experiência anterior na área de pesquisa em Ciências Humanas e Sociais e Gestão de Projetos, deixo de ser uma investidora e assumo a gerência geral da operação para que a Carol possa ficar cada vez mais voltada e focada na criação e solidificação do conceito da marca. Cada peça da Tulli se caracteriza especialmente por ser idealizada por mulheres para mulheres, na sua essência. Carol pesquisa tendências e se inspira na mulher contemporânea, e assim cria peças coloridas e com estampas exclusivas, que cobrem, revelam e valorizam o corpo”, afirmou.

O que me atraiu até essa dupla foi a campanha realizada em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, ocasião em que a Tulli colocou no ar o Manifesto CorpoMeu com o intuito de favorecer a emancipação e fortalecer a autoestima feminina. Para isso convocou 20 clientes, de diferentes idades, biotipos e histórias de vida para um maravilhoso editorial. Segundo Maria Isabel essa não foi a primeira vez que as empresárias optaram por mostrar suas peças em pessoas comuns, fora dos padrões de beleza impostos em nossa sociedade. “A Tulli, em seu primeiro ensaio, foi desaconselhada a fazer isso. Acharam que como éramos muito novas, que pareceria amadorismo. Foi em 2014 que fizemos nosso primeiro ensaio com clientes. E foi libertador. Ter posto o Projeto CorpoMeu no ar no mês da mulher foi um presente nosso, uma homenagem a todas as mulheres da própria Tulli e todas as mulheres que, como nós, acreditam neste poder feminino”, comentou.

E o resultado foi como esperado, segundo Maria Isabel, a empresa sempre recebe depoimentos de clientes, meninas que já sofreram com sérios distúrbios alimentares, que sentiam presas aos padrões e se libertaram…

“Recebemos e-mails diariamente com relatos lindos e emocionantes sobre a maneira como impactamos a vida das pessoas. Mês passado recebemos um e-mail de uma cliente que tatuou a palavra Incantare no braço (nome de uma coleção nossa) para, nas palavras dela, ‘que eu nunca me esqueça o quão sou encantadora e o quão devo me encantar com as pessoas, com os dias e com a vida, por mais difíceis que sejam as tempestades’. Chorei ao ler!”, disse Maria Isabel que enfatizou o posicionamento da Tulli a respeito da figura feminina. “O conceito de beleza tem que ser revisitado. Se somos tão múltiplas, porque a beleza é sempre única? Por que as numerações estão cada vez menores? Mudar o comportamento humano é difícil. Somos uma sociedade gregária, de sujeitos que buscam ser aceitos em seu grupo, e portanto, buscam modelos a serem seguidos. E o modelo, então, bem que poderia ser a falta de modelos”.

Como temos visto uma enxurrada de produtos internacionais entrando em nosso país a preços bem mais baixos, conversamos ainda a respeito da prática de preços da Tulli. Empresa de produção 100% brasileira, segundo Maria Isabel, a peça de entrada é uma tanga básica de R$ 37 e a mais cara é uma veste longa, em viscose crepada e estampa exclusiva, de R$ 290. “O que tentamos explicar sempre é que cada opção que a empresa faz tem um custo implícito. A Tulli se preocupa não apenas com a qualidade do produto, mas com sua procedência. E as fábricas que produzem nossas peças são vistadas regularmente para assegurarmos que são espaços ‘saudáveis’, com profissionais adultos e contratados. Sabemos que fabricar em países com outro sistema de trabalho ou trazer matéria prima de outros mercados poderia baratear nossos produtos, mas isso não nos deixaria ética e moralmente confortáveis”, completou a mãe e empresária.

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Campanha “CorpoMeu” – Fotos: Júlia Aldenucci da Matri Fotografia




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