22 • outubro • 2016

42ª SPFW é Trans, conectada e ocupa São Paulo


MODA – Começa amanhã (23) e segue até a próxima sexta-feira (28) a 42ª edição da São Paulo Fashion Week (SPFW). Serão exibidas coleções de 25 marcas. O evento que faz parte do calendário oficial da Capital paulista este ano, mais do que nunca, promete ocupar novos espaços. Com o tema “Trans”, a semana paulista de moda de olho no futuro e nas transformações em relação à produção e ao consumo, deixa de vez de segmentar o evento por estações e investe no formato “see now, buy now” -em tradução livre, veja agora, compre agora-, propondo que as roupas cheguem às lojas logo após a apresentação e não seis meses depois como acontecia anteriormente. Resultado dessa transformação é a conectividade tem sido encarada como verdadeira aliada.

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SPFW: Desfile de Alexandre Herchcovitch na 40ª edição quando apresentou sua coleção no prédio da Prefeitura de São Paulo – Foto: Divulgação

Em entrevista à Rádio Estadão, no dia 19 de outubro, o diretor e fundador da SPFW, Paulo Borges falou sobre as transformações pela qual o evento passa. De acordo Borges, vincular as criações às estações do ano está fora de moda. “Quem trabalha com a moda tem que estar com a cabeça olhando para o futuro. A questão é que o consumidor, o consumo, a globalização, a velocidade como as pessoas consomem e transitam está mais rápida que a mudança das estações. Denominar de que estação é aquilo não é mais relevante”, disse.

Adequação indispensável, segundo Borges em função dos avanços tecnológicos e das inovações que impactam o ramo têxtil. Borges explicou também que as conexões em redes sociais serviram de estímulo para mudanças no universo da moda. “Trinta anos atrás o desfile era para os jornalistas e produtores de moda. Hoje é para todo mundo. Serve para o revendedor e dialoga diretamente com o consumidor que é quem determina a velocidade de entrega”, contou.

Sobre o tema, Borges destacou: “Estamos em um momento único, de transição, de transformação. O transitório de ir além, de trazer novas propostas e dinâmicas que envolvem desde a produção e distribuição até chegar ao consumidor. Não foi o processo da moda que mudou, a moda mudou porque o processo do mundo. A moda é um retrato fiel da sociedade, se a moda está passando por mudanças é porque o mundo está mudando”, disse.

A ideia de ocupar São Paulo é também uma novidade, já que a SPFW sempre teve uma “casa”, a Bienal, onde aconteciam os desfiles. Para esta edição estão previstos desfiles no Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Pinacoteca, nos teatros Oficina, São Pedro entre outras locações. Historicamente, segundo Borges, a SPFW sempre foi diferente de outras importantes semanas de moda na Europa. Enquanto aqui tudo era concentrado em uma única locação, sendo raras as exceções, em Paris, França, ou Milão, na Itália, por exemplo, os desfiles sempre ocorreram em diferentes pontos da cidade. A ideia de Borges é promover também encontros entre o público que visita a Capital para o evento com interessantes locais culturais de São Paulo. A estrutura até mesmo no Ibirapuera será diferente este ano. O prédio da Bienal está ocupado pela 32ª Bienal de Artes – Incerteza Viva. “Já sabíamos disso e foi tudo planejado. Foi montado um complexo de tendas que ocupa um vão entre o Museu Afro, o Planetário e o Pavilhão das Culturas [Brasileiras], e ficou lindo”, afirmou. Paralelo a programação da SPFW acontece o “Fio da Meada”, que incorpora debates e palestras sobre moda, economia criativa, cultura de inovação, entre outros assuntos abordados.

Ouça o áudio completo da entrevista de Paulo Borges concedida ao apresentador Emanuel Bomfim da Rádio Estadão




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